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domingo, 30 de setembro de 2012

REFLEXÃO AO MANIFESTO DA FOME DE GLÁUBER ROCHA


Na carência muito aguda da cultura de modo geral e nas percepções brasileiras de desenvolvimento audiovisuais surgiu um dos educadores no cenário cinematográfico nacional, Gláuber Rocha, em 14 de março de 1939. 

O Manifesto da Fome é a narrativa do mês de Janeiro de 1965, onde ilustrou a dificuldade do Cinema Novo. A necessidade de valer-se a entender, não poderia ser atrapalhada pela “fome” da população da América Latina, como Glauber se referia.
O cinema naquele momento mostrava a sua fraqueza e a sua marginalidade, que foram representados de dentro do cenário econômico e cultural que se encontravam na década dos anos 60.
O Cinema Novo tinha como desafio crítico e político lutar contra os padrões públicos nacionais, assim dizia Rocha,

“onde houver um cineasta disposto a filmar a verdade e a enfrentar os padrões hipócritas e policialesco da censura, aí haverá um germe vivo do Cinema Novo.” 

Outras criticas que o cineasta fez foi a do capitalismo e da exploração sexual, além do mais, Gláuber Rocha não fazia parte da indústria cinematográfica capitalista, e apontava ela como a mentira da exploração. Na sua percepção de ver o mundo, na ideia de visualizar o cinema, o cineasta independente classificava a América Latina como presa fácil dos poderosos, e não teria força economicamente para sustentar ou incentivar a fabrica do Cinema Novo.
A violência citada no manifesto está na forma do amor e na ação da transformação do cenário daquela época.
A analogia que é feita sobre a obra de Graciliano Ramos busca a concretização de seu pensamento ideológico no estilo de transformar o novo gênero do cinema. Vidas Secas ilustra a óptica de Rocha, que reforça o pensamento da fome identificado como "miserável", assim era demonstração desse gênero de fazer cinema, sutil e detalhista aos dramas vividos pelos brasileiros.
O Governo, os produtores e o público em geral, o condenavam. O Governo demostrava os seus serviços como antinacionais, e o público não suportava em assistir a sua própria pobreza. Gláuber dizia que o europeu enxergava essas realidades como algo sendo surreal tropical e reforçava em seu discurso, que o brasileiro tinha vergonha dele mesmo, mesmo não sabendo de onde vinha a fome.


“Fizemos filmes feios, tristes, estes filmes gritados e desesperados onde nem sempre a razão falou mais alto.” 

O faminto é a violência que a cultura da fome sofria para vencer as dificuldades, mesmo quando elas direcionaram o foco para suas estruturas e tentaram desmitificar o valor qualitativo de seu contexto geral. Em sua obra de arte cinematográfica, o colonizado passa a ser reconhecido pelo colonizador, porque para o produtor cinematográfico, não existe o primitivo na visão estética do cineasta. Para Gláuber, a pessoa estrangeira que participa da narrativa, era o interlocutor suposto estrangeiro, que cultivava o sabor da miséria como dado formal em seu campo de interesse.
O Manifesto da Fome é a forma que Gláuber Rocha encontrou para pronunciar a sua observação no momento de transição e de surgimento do pensamento novo, tendo como protesto, a visão do europeu de ver a nostalgia do primitivo.
As fracas atuações e dos desenvolvimentos surgidos pela esterilidade e da histeria dos seus autores “capados”,  estavam nos exercícios formais, o realizar, ao invés de explorar.
A política e a poesia jovem também eram os seus alvos, assim como a arte popular, onde a existência da originalidade da fome, representada pelo Cinema Novo, naquele momento, não era compreendido por muitos, era apenas esculachada por várias pessoas e prestigiada por poucos.  

Conheça um pouco mais sobre Gláuber.


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